Publicado primeiramente a convite do Alumni IBGC em: http://www.ibgc.org.br/userfiles/files/Alumni/Alumni_Remuneracao_de_executivos._Conselho_e_estrategia_de_geracao_de_valor.pdf

Remuneração de executivos: Conselho e estratégia de geração de valor

Estabelecer um sistema que seja perfeito de remuneração de executivos, atrelado à geração de valor, é impossível, uma vez que os sistemas de medição são imperfeitos. Todavia, desenvolver sistemas de remuneração que sejam o melhor possível é elementar e fundamental para alavancar resultados empresarias, bem como para a gestão de talentos e para a governança corporativa.

Além de variável significativa nas equações e desenhos de propostas de contratação, de políticas de retenção, reconhecimento e engajamento, enfim, de gestão da cultura, a remuneração de executivos destaca-se sobretudo como instrumento de gestão de extrema relevância para o alinhamento dos esforços dos executivos na direção escolhida para maximização da geração de valor para a companhia. Portanto, o melhor processo de desenho do sistema de remuneração dos executivos deve ter por base a estratégia de negócio para a geração máxima de valor aprovada pelo conselho de administração.

Quanto melhor o processo de definição e a clareza da estratégia, melhor será o processo de definição e a clareza do sistema de remuneração de executivos. O que é muito importante, pois a qualidade do processo de definição da remuneração de executivos e o bom funcionamento do seu sistema têm correlação importante com a qualidade da relação entre acionistas, conselho e executivos.

Mais ainda, o próprio valor dos executivos está em grande parte na sua capacidade de execução da estratégia. Embora não haja questionamentos quando se expressa que a remuneração de executivos deve estar em linha com o praticado pelo mercado, nem com o conceito de que parte dela deve estar vinculada ao desempenho de curto e longo prazo do negócio, o desafio está no estabelecimento da conexão da remuneração dos executivos com o próprio desempenho dos executivos, do desempenho dos executivos com o desempenho da companhia, e do desempenho da companhia com a expectativa de geração de valor delineada e aprovada anteriormente pelo conselho e acionistas.

O desafio do estabelecimento dessas conexões só pode ser superado com a definição da estratégia de geração de valor e de ela ter surgido de um processo robusto e profundo de interação entre conselho e executivos. É desse processo que advêm indicadores absolutos e relativos do monitoramento do desempenho do negócio e de seus executivos, viabilizadores do melhor sistema de remuneração.

Sergio Piza, especialista em Gestão de Talentos, Sucessão e Remuneração de Executivos. Diretor de RH da Klabin. Sócio Conselheiro da Simbiose – Atração e Gestão de Talentos.

Este artigo foi escrito a convite do Alumni IBGC, com o objetivo de aumentar a troca de experiências entre os alunos, porém, não reflete necessariamente a opinião do instituto.

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